É de Curitiba! Na última terça-feira (20), um dos símbolos da culinária da capital, a Carne de Onça recebeu do Instituto Nacional da Propriedade Industrial o selo de Indicação Geográfica, na espécie Indicação de Procedência. O prato é a segunda curitibana a receber o reconhecimento, sendo a primeira a Broa de Centeio, que recebeu o selo em janeiro deste ano e comumente acompanha a Carne de Onça.
O pedido para o reconhecimento foi feito em novembro de 2023, resultado de uma mobilização da Associação Amigos da Onça (AAONÇA) e do Sebrae/PR, que desde o início do ano atuaram na organização da documentação, na caracterização histórica e na articulação com empresários. O processo foi considerado rápido: em menos de dois anos, o prato típico já garantiu a certificação.
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A Carne de Onça é uma iguaria tradicional da “culinária de boteco” curitibana, composta por carne moída bovina fresca, cebola branca, cebolinha verde, azeite extravirgem, sal e pimenta, servida sobre uma fatia de broa de centeio. O prato é servido atualmente em mais de 200 estabelecimentos da cidade.
Sua história remonta à década de 1940, quando Ronaldo Abrão, jogador do Britânia, time de futebol de Curitiba, frequentava o bar Buraco do Tatu, onde o dono preparava carne crua sobre fatias de broa. O apelido “carne de onça” surgiu de uma brincadeira entre os jogadores, e desde então o prato se popularizou, tornando-se ícone da gastronomia local.
O presidente da Associação Amigos da Onça, Sérgio Luiz Medeiros, celebrou a conquista: “É uma vitória significativa para os setores gastronômico e cultural de Curitiba. A proteção do prato é reforçada e esperamos que os bares e restaurantes experimentem um aumento nas vendas, impulsionando a economia local.”
De acordo com o Caderno de Especificações Técnicas, a Carne de Onça pode ser servida de três formas: com os ingredientes montados sobre a broa, com a carne previamente temperada ou com os complementos à parte, para o cliente montar.
Com o reconhecimento, a Carne de Onça se torna a 18ª Indicação Geográfica do Paraná, que hoje é o segundo estado brasileiro com mais IGs registradas, consolidando sua diversidade gastronômica e cultural.
Foto: Gean Cavalheir
